A qualidade da pintura de uma superfície depende basicamente de três fatores:

  •  
  • Tinta

  • Preparação da superfície

  • Aplicação.

Esses três fatores são igualmente importantes para se conseguir a qualidade desejada na pintura. Pode-se considerar a pintura como se fosse uma mesa com três pernas.

Tinta

A tinta tem de ser fabricada com a melhor tecnologia de formulação, com controle rigoroso de qualidade das matérias-primas e de todas as fases da produção, usando as técnicas mais eficientes de fabricação, e com ótima assistência técnica no pré e no pós-venda. A tinta deve ser formulada de modo a adequar- se à superfície na qual será aplicada, e o revestimento resultante deve resistir às condições a que estará sujeita a superfície pintada.

Preparação da superfície

Para realizar uma boa preparação de superfície, é preciso conhecer e aplicar com rigor todas as exigências técnicas da NBR 13245 – Preparação de superfícies. Desse modo, é possível proporcionar uma limpeza completa, com remoção de materiais estranhos ou contaminantes da superfície, e criar condições adequadas para que o revestimento tenha as características desejadas.

Aplicação das tintas

Tem de ser feita por meio de ferramentas adequadas, observando-se as condições atmosféricas, por profissionais treinados e conscientes, e apoiada nas melhores técnicas de boa pintura. Os pintores são profissionais extremamente importantes nos processos de pintura. A experiência aliada a uma formação técnica adequada e a conhecimentos simples, porém muito importantes, fazem toda a diferença quando se quer uma pintura de primeira.

PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIES

A correta preparação das superfícies é de fundamental importância para se obter uma pintura durável e de qualidade. Portanto, alguns cuidados devem ser rigorosamente observados.

A superfície deve estar firme, coesa, limpa, seca, sem poeira, gordura, graxa, sabão ou mofo, segundo a Norma ABNT NBR 13245 – Preparação de superfícies. Caso contrário, poderão ocorrer problemas de aderência do revestimento na superfície que, mais tarde, poderá vir a descascar ou apresentar outros problemas.

A seguir, descrevemos os exemplos mais comuns de tratamento de superfícies. Inicialmente são apresentadas sugestões de caráter geral, adequadas para a aplicação de sistemas convencionais de pintura; por fim, é apresentada a preparação necessária das superfícies para a aplicação do sistema epóxi de pintura, como um exemplo de sistemas mais sofisticados que necessitam de formas adequadas de preparação das superfícies.

Recomenda-se, portanto, que o pintor/consumidor, em caso de dúvida, consulte o fabricante de sua preferência entre os participantes do PSQ para o respectivo esclarecimento e a correta orientação, objetivando uma adequada preparação das superfícies. A maioria das empresas participantes dispõe de serviços de atendimento ao consumidor (SAC) e uma equipe de atendimento técnico gratuitos, ambos aptos a orientar em caso de pequenas e/ou grandes obras de pintura.

Aspecto com marcas de rolo ou pincel

Em caso de reboco novo, aguardar a sua secagem por 28 dias, no mínimo.

  1. Limpar bem a superfície, eliminando as partes soltas. Fazer isso raspando, lixando ou escovando. Nos casos de gordura ou graxa, usar água e detergente. Depois, não esquecer de enxaguar e aguardar a secagem.

  2. Se o problema for o mofo, lavar a superfície com água sanitária e água potável e esperar uma hora para fazer efeito; só depois fazer o enxágue. Repetir essa operação até que o mofo suma. E não esquecer: para cada medida de água sanitária, usar duas medidas de água potável. Outra opção é utilizar produtos específicos para esse tipo de limpeza à venda nas lojas de tintas e que eliminam mofo, bolor e algas.

  3. Para corrigir imperfeições profundas no reboco, usar argamassa feita com 3 partes de areia média e 1 parte de cimento. Quando as imperfeições forem rasas, utilizar a massa niveladora adequada (massa para exterior para superfícies externas e massa para interior para superfícies internas). Se o reboco estiver fraco, aplicar uma demão de fundo preparador de paredes.

  4. Dependendo das condições em que se encontram as superfícies de alvenaria, é preciso um tratamento adequado da superfície. Em superfícies muito absorventes (porosas), como gesso, fibrocimento, tijolo etc., usar o fundo preparador de paredes diluído conforme as indicações descritas na embalagem. Em superfícies com baixa aderência e de difícil lixamento, como azulejo, cerâmica esmaltada e porcelanizada, cimento queimado etc., usar um fundo promotor de aderência seguindo as instruções do fabricante.

  5. Para concreto novo, depois de aguardar, no mínimo, 28 dias, aplicar o selador acrílico se o acabamento for tinta látex acrílica.

  6. Se a opção for um acabamento liso, aplicar 2 demãos de massa niveladora (seguindo as indicações interna/externa) com desempenadeira de aço e esperar 4 horas para lixar com lixa grana mínima 150. Eliminar o pó com um pano umedecido.

  7. Em superfícies de baixa aderência (como azulejos, cerâmicas vitrificadas, cimento queimado, pastilhas etc.), aplicar fundo promotor de aderência conforme as indicações da embalagem.

  8. Em casos de repintura, eliminar qualquer espécie de brilho, usando lixa de grana mínima 360.

Madeira

  1. Para um tratamento geral, é necessário eliminar tudo o que estiver solto ou mal-aderido, lixando (sempre no sentido dos veios da madeira), raspando ou escovando. Se houver manchas de gordura ou graxa, usar água com detergente, enxaguar e aguardar a secagem. Se a madeira for nova, utilizar uma estopa molhada com aguarrás ou thinner. Mas, se houver mofo, lavar com água sanitária e água potável da mesma forma como deve ser feito com alvenaria. Outra opção é utilizar produtos específicos para esse tipo de limpeza à venda nas lojas de tintas e que eliminam mofo, bolor e algas. Na repintura, eliminar o brilho existente com lixa para madeira de grana mínima 360 antes da nova pintura; não esquecer de eliminar o pó com um pano umedecido com aguarrás.

  2. No envernizamento de madeira nova, eliminar as farpas com lixa de grana mínima 180. Em superfícies internas, aplicar uma demão de seladora para madeira e, após a secagem, lixar com lixa de grana mínima 360 e eliminar o pó. No envernizamento de madeira nova que esteja sujeita ao tempo (superfícies externas), aplicar – para selar – uma demão do verniz adequado para exteriores diluído a 40% no solvente indicado na embalagem. Após a secagem, lixar com lixa grana mínima 360 e limpar o pó. Se a madeira nova for resinosa, utilizar um verniz selador de extrativos da madeira na primeira demão; há vários produtos à venda no mercado.

  3. Se a madeira já estiver envernizada, observar o estado do envernizamento; se estiver bom, basta tirar o brilho com lixa de grana mínima 360 e retirar o pó. Se estiver muito ruim, será necessário eliminá-lo. Para isso, usar um removedor gel; depois, proceder como em madeira nova.

  4. Se for aplicar esmalte ou tinta à base de óleo em madeira nova, depois de limpar as farpas com lixa mínima 180, aplicar uma demão de fundo branco fosco para madeira diluído da maneira indicada pelo fabricante. Esperar secar e usar lixa grana mínima 360. Corrigir as imperfeições com massa niveladora para madeira, e, finalmente, quando estiver seco, usar lixa grana mínima 360 e limpar o pó. Se a madeira for nova e resinosa, fazer como no caso do envernizamento antes de iniciar esse procedimento. Se for repintura, eliminar o brilho com a lixa grana mínima 360 e fazer o mesmo procedimento a partir da correção com a massa niveladora para madeira. No caso de haver muitas repinturas, será preciso retirar a camada de tinta com um removedor gel adequado.

  5. Em madeira acinzentada por exposição ao tempo e sem nenhum tipo de pintura, fazer o lixamento vigoroso com lixa grana mínima 80 até eliminar a capa acinzentada. Em seguida, usar lixa grana mínima 180 para uniformizar a superfície e eliminar as farpas. Outra opção é fazer um tratamento químico que clareie a madeira e elimine o aspecto acinzentado utilizando produtos disponíveis no mercado.

Metais ferrosos

No acabamento brilhante, externo e interno, de superfícies de ferro ou açocarbono não pintadas, aplicar uma demão de fundo anticorrosivo após eliminar os pontos de ferrugem. Aplicar de duas a três demãos de esmalte sintético brilhante. Diluir conforme indicado nas embalagens. Existem no mercado esmaltes que podem ser aplicados diretamente sobre essas superfícies, dispensando o fundo anticorrosivo. Para repintura, acertar as imperfeições com uma aplicação de fundo anticorrosivo naquelas partes em que o lixamento foi até o metal. Aplicar de duas a três demãos de esmalte sintético. Diluir conforme indicado pelo fabricante. Se quiser outros aspectos de acabamento, usar esmalte sintético acetinado ou fosco. Lembrar que os acabamentos foscos não são indicados para ambientes externos.

Metais não ferrosos

Essas superfícies são complicadas para a pintura; por isso, recomendamos fundos adequados. Para superfícies novas, usar fundo fosfatizante ou fundo especial promotor de aderência. Para superfícies a serem repintadas, quando estiverem em boas condições, basta utilizar uma lixa grana mínima 360 para tirar o brilho e depois limpar o pó. Mas, se houver descascamentos, será preciso retirar toda a pintura anterior com lixa grana mínima 180 e depois aplicar o fundo fosfatizante ou o fundo promotor de aderência (existem esmaltes que dispensam o uso desse fundo).